15.10.08

Novos tempos para Belo Horizonte

Nove entre dez brasileiros acreditam que a violência aumentou, em todo o país, nos últimos anos. Para mais de um terço da população, a cidade em que mora é violenta ou muito violenta. Apenas 5% dos cidadãos não se sentem afetados pela falta de segurança pública.
Os números, traçados por pesquisa de âmbito nacional divulgada no início de abril, mostram um quadro capaz de caracterizar a violência como maior praga social do Brasil de hoje e induzem à constatação da necessidade, urgentíssima, de que o problema exige um equacionamento urgente.
Como relator das propostas da ASSEMPREAssociação dos Empresários do Centro e Barro – indicamos três sugestões para o movimento que entregaria as 107 propostas aos candidatos a prefeito por Belo Horizonte, sendo aprovado o slogan indicado pela ASSEMPRE: “BH NOVOS TEMPOS”.
Acredito, também, que a horizontalização do poder, por meio da participação ativa e consciente de entidades e instituições representativas da sociedade e de especialistas dos diversos ramos do saber é a forma mais correta, transparente e segura de se governar.
Novos tempos, novas demandas. Velhas prática, velhas posturas. Este é o paradoxo que enfrentamos nesse mundo globalizado, cheio de informações e de rápidas mudanças.
Por que iniciei esse artigo enfocando a questão da segurança pública? Porque é um problema em foco.
As propostas entregues aos candidatos no Mercado Central não se referem aos interesses de uma organização apenas. Não visam favorecer uma categoria específica, mas toda a sociedade. Afinal, somos todos moradores de Belo Horizonte e o nosso compromisso é com a cidade. O que desejamos é que Belo Horizonte desenvolva com sustentabilidade e traga consigo mais qualidade de vida para todos.
Acreditamos que a contribuição do nosso movimento possa ajudar a aproximar as ações e as futuras leis de um consenso máximo, o que, sem dúvida, implicará comprometimento em relação às suas aplicações. Esperamos que o próximo governante municipal venha a obedecer aos marcos legais, principalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal, a conduta ética, a paixão pela cidade e o senso de responsabilidade.
É preciso lembrar que nada é mais forte no aprendizado de uma pessoa que o exemplo. Discursos e teorias, por mais brilhantes que sejam perduram menos em nossas mentes, que as ações marcantes que presenciamos.
Se queremos mesmo mudar e avançar ainda mais é preciso fazer isto primeiro em nossas ações. Na forma de lidar com o outro, no interesse pela aprendizagem, no compromisso com o meio ambiente, no respeito ao próximo e à vida, nas formas de validar o conhecimento. A máxima: “faça o que eu falo e não faça o que eu faço” não se aplica mais às pessoas visual-imitativo dos tempos de hoje, são as nossas ações que irão promover a verdadeira interação entre as novas demandas da sociedade e as novas práticas políticas. O tempo é agora!
“Soluções do passado, em situações diferentes, podem se transformar em problemas. Não podemos nos basear somente em experiência passadas para resolver os problemas e sim observar as mudanças ao redor. Ficamos presos aos velhos hábitos que nos levaram ao sucesso e perdemos a oportunidade de evoluir”. (Santana)
(*) Wessery Zago é jornalista, escritor e teatrólogo

2 comentários:

Unknown disse...

vindo vida longa no O REBATE abs Milbs editor

vilmarguila@yahoo.com.br disse...

Ontem mais uma vez presenciei um fato que tornou-se comum nas grandes cidades. Um homem trabalhador, cumpridor dos seus deveres como cidadão, ser assassinado covardemente, sem direito a defender-se. Ainda dizem que no Brasil não há pena de morte, a pena de morte é para o trabalhador que fica a mercê de bandidos cruéis e insanos, que por alguns trocados selam o destino destas vidas. Tive o desprazer de chegar minutos depois no local do fato e encontrar a vitima deitada agonizando, parei então uma ambulância que passava coincidentemente no local e socorri aquele senhor. Deslocamos para o hospital mais próximo, soccor, chegando lá fomos atendidos de imediato, logo uma equipe de médicos começou os procedimentos de ressuscitamento, passados alguns minutos começaram a chegar os parentes e esta é a pior parte, pois o contato entre médicos e parentes era eu.
Nesta hora, mesmo não tendo qualquer relacionamento com a família, nos tornamos parte dela, e começamos a sofrer junto. Acompanhei todos os procedimentos médicos e ao final aquele jovem senhor de 54 anos não resistiu e veio a óbito. Hora terrível, me senti impotente e pensava; se tivesse passado pelo local dez minutos antes, talvez este senhor estivesse vivo agora. Ao ver toda aquela família ali, filhos, esposa, irmã, sobrinhos, todos desesperados e chorando, segurei-me para não chorar diante de tanta dor.
O tribunal do crime havia penalizado mais um cidadão de bem à morte. Tenho vinte e quatro anos de serviço prestado à comunidade e não consigo ver certos fatos e não deixar na arena do acontecido um pedaço de mim. Precisamos deixar de lado o egoísmo e conscientizarmos que continuando assim poderemos ser a próxima vitima. dê sua cota de participação, denuncie, colabore com aqueles que, como eu, estão nas ruas todos os dias para garantir seus direitos como cidadão.




Belo Horizonte,08 de julho de 2009

Vilmar Santos, Cabo PM