17.10.08

A política e a moda

“No meu país acham que moda é frivolidade, futilidade. Tenho lhes dizer que moda é comunicação, além de dar emprego para muita gente”.

Essa frase de Zuzu Angel, estilista que durante os anos 60 fez enorme sucesso no exterior com suas criações vendidas em lojas de departamento dos Estados Unidos foi o que me fez inspirar para escrever esse artigo.
Ela tem mesmo razão. O setor da indústria do vestuário dá mesmo emprego para muita gente. O sistema da moda concentra muitos setores e no Brasil é a maior fonte de emprego para mulheres.
Minha fonte, a Associação Brasileira do Vestuário (ABRAVEST) e o Instituto de Estudos do Mercado Industrial (IEMI), informaram-me que o setor têxtil é o segundo maior empregador na indústria da transformação. Gera 45% dos empregos no país.
Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) que me deixaram surpreso é que, o Brasil é o 6.o maior produtor têxtil e de confecção mundial; é auto-suficiente no algodão; produz 7,2 bilhões de peças de vestuário/ano; é o 2.o maior produtor mundial de índigo; o 3.o maior produtor mundial de malha; o 5.o maior produtor mundial de confecção; o 7.o maior produtor mundial de fios e filamentos e o 8.o maior produtor mundial de tecidos.
Com esses números e essas projeções podemos acreditar que o Brasil tem futuro e o mercado da moda está conquistando diariamente seu espaço no mercado interno e principalmente no mercado externo. Atualmente, hoje, exportamos para 38 países e, segundo a ABEST – Associação Brasileira de Estilistas -, a meta é atingir 30% do mercado mundial até 2010.
Segundo notícia publicada pelo site da Vogue britânica, o e-commerce de moda tem registrado enormes crescimentos, conforme apontou uma pesquisa realizada pela Mintel.
Esse crescimento em relação aos cinco anos anteriores é de 461% e é atribuído ao crescimento de sites como o famoso www.netaporter.com e www.mywardrobe.com.
Outro fator seria o aumento de pessoas com acesso à rede, especialmente na faixa etária entre 15 e 24 anos. A expectativa continua em alta para os próximos cinco anos
Para facilitar ainda mais o consumo, o e-commerce ou, também, chamado consumo online, cresce anualmente no Brasil e no mundo, por exemplo nos Estados Unidos o varejo online em 2007 faturou mais de U$ 100 bilhões com uma alta de 24%.
No Brasil os e-consumidores, ainda, não possuem a cultura de compra de roupas pela internet, um dos principais motivos da objeção é a não existência de uma padronagem no tamanho das roupas, ou seja, será que vai servir? Como trocar?...
Encontramos sites de varejo e estilistas que vendem suas roupas e acessórios na rede. Um exemplo de varejo em Belo Horizonte é a loja Vida Nua (www.vidanua.com.br) onde a compra pode ser feita online com boleto bancário ou depósito. A entrega é feita via Sedex ou transportadora e a troca pode ser feita na própria loja, bastando apresentar a nota fiscal e a mercadoria com a etiqueta da loja, no prazo de 30 dias após o recebimento do produto. Segundo o diretor da empresa, Richard Porto Freire as compras online cresceram 20% no último ano e a tendência é crescer ainda mais.
O mercado brasileiro de moda é surpreendente e com a renda do brasileiro aumentando, o consumo, também, aumentará. O setor têxtil e de confecção de vestuário continua enfrentando enormes desafios, mas dá mostras de otimismo. A forte concorrência dos produtos asiáticos, especialmente das roupas e acessórios “mande in China”, prossegue assustando os empresários dessa cadeia produtiva em todo o território nacional.

(*) Wessery Zago é jornalista, escritor e teatrólogo

2 comentários:

Ly disse...

Crônicas sobre os últimos acontecimentos políticos escritas de forma leve e sarcástica.

Mosaico de Lama:
www.mosaicodelama.blosgpot.com

Boa leitura!

kiu disse...

Caro Wessery Zago, tudo bem?

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